O acompanhamento em saúde é de extrema importância para a população trans devido à terapia hormonal masculinizante ou feminilizante. A hormonização pode ter efeitos colaterais específicos como ganho de peso, alterações na composição corporal, alterações no perfil lipídico, na massa óssea e no metabolismo.
Homens trans em tratamento com testosterona costumam apresentar ganho de peso, aumento da massa magra, diminuição da massa gorda, aumento dos níveis de LDL, diminuição dos níveis de HDL, aumento de hemoglobina e hematócrito e aumento nos níveis de creatinina. Por isso, homens trans devem cuidar a alimentação para reduzir o risco de hiperlipidemias, doenças cardiovasculares, hipertensão e diabetes tipo 2.
Mulheres trans em terapia hormonal com uso de estrogênio podem apresentar alterações nos níveis de HDL e LDL, dependendo da via de administração; aumento ou diminuição da pressão arterial; aumento na densidade mineral óssea (principalmente se houve remoção dos testículos) e redução da creatinina. Há um risco aumentado para doenças tromboembólicas e hipertigliceridemia, além de um possível aumento do risco de hipertensão e diabetes tipo 2.
Além das orientações nutricionais clínicas, se faz necessário muitas vezes um olhar pela nutrição comportamental, tendo em vista que há uma maior prevalência de desordens alimentares, comportamentos não saudáveis de controle de peso, percepção equivocada de peso e insatisfação corporal.
Fica claro que o cuidado nutricional com a população trans se faz necessário dentro do contexto de acompanhamento multidisciplinar em que devem ser inseridos.
Como nutricionista, forneço ambiente seguro para o acolhimento desta população!
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